Ainda as transferências de clubes

Um pai enviou-me esta mensagem:


Desculpe mas "após Julho de 1997" nascem todos a partir de agora por isso estão todos com as regras dos mais novos, não será?

Desde 2007 que transferências antes do ano que completa 14 são livres...

Por outro lado, miúdos nascidos em 1997 já estão no 2º ano de iniciados (14 anos), logo aplicam-se as compensações descritas.
Podia esclarecer melhor?
Obrigado
FM


Caro FM.
Confesso-lhe que não encontrei o regulamento onde se menciona a questão da idade a partir da qual passa a ser necessário uma carta do clube a prescindir do pagamento regulamentar.

Mas o que posso dizer é que essa prática é assumidíssima entre dirigentes dos clubes. Toda a gente com quem falo refere isso:

«O meu filho só faz anos em Setembro, não preciso de cartas... ele muda para o clube que quiser».

Esta é a conversa a que estou habituado! E não é uma realidade nova... já nos anos anteriores ouvia esta conversa! A partir dos 14 anos... quando o miudo faz 14 anos já precisa de carta!
Se ainda tem 13, não precisa!


Ora, se se vai inscrever na época ainda com 13 anos... não precisa.

Porque é que se fala  «a partir de Julho?»
Porque é a partir de Julho, já terminada a época anterior, que se dá início ao processo de inscrições para a época seguinte!

Julgo que já está aberto esse processo...

Penso não ter cometido aqui nenhuma calinada. Julgo que é assim como digo!
Mas se não for assim, tenho a certeza que alguém me vai ligar para corrigir isto!

FELICIDADES!


MENSAGEM DE FM:

FM deixou um novo comentário na sua mensagem "Muita coisa a andar ao mesmo tempo":

Em relação ás cartas de dispensa:
Infelizmente por todo o país estas situações acontecem, a maior parte por birra entre clubes, esquecendo-se o bem maior que são os jovens atletas. As acções ficam com quem as pratica mas muitas vezes se o fenómeno ocorre com alguém "mais importante" pode ser um valente tiro no pé, pois os pais dos escalões mais jovens iniciam uma debandada antes dos filhos ficarem presos (antes dos 14 anos). É claro que a lógica deveria ser a boa convivência entre clubes, facilitando a rotação de atletas, que nestas idades têm o direito de mudar de ares, mais ainda quando o clube original não assume as culpas destes desejos de mudança (mau ambiente, mau trabalho técnico, falta de oportunidades, etc...).
Penso que a melhor lógica do "reembolso" pela formação seria só relativa a atletas que se profissionalizassem. O clube que fizesse o 1º contrato de trabalho pagaria a todos os clubes desde o inicio da prática da modalidade sem interrupções (sim, porque quem recebe são os clubes a partir dos 14 anos, se o clube local perder sistemáticamente os seus atletas aos 13 não ganha nada...)

Saudações desportivas de outro pai "blogueiro" (http://futeboldeescola.blogspot.com)



FM deixou um novo comentário na sua mensagem "Ainda as transferências de clubes":

Caro (também pai parece-me)

Só o questionei porque da maneira que o artigo estava escrito parecia que iria haver um retrocesso nas regras. Por aquilo que entendo, neste momento (e desde 2007):

Atletas com menos de 14 anos - transferência livre

Atletas com 14 anos (completos) - transferência com direito a autorização e possivel compensação prevista na lei (os clubes podem dispensar a compensação).

Esta informação vem no comunicado oficial nº326 de 19-3-2007 da FPF.



JPF ESCREVE:

Caro FM, não podia estar mais de acordo.
E insisto naquilo que FM diz.
Os clubes que dizem que não dão cartas aos miúdos, estão a agir mal!
A mensagem passa, se por acaso os miúdos não estão totalmente satisfeitos com o clube, pisgam-se aos 13... e fazem muito bem!

Eu confesso-vos que levei o meu filho para o Almada com 11 anos, e sempre disse isto aos dirigentes: No dia em que o meu filho não se sentir bem aqui... vai-se embora. E Alguém que se atreva a dizer que não dá carta, vai ter uma vida muito difícil... hoje em dia é muito fácil passar a informação! Veja-se este blog... imaginem o Facebook...  é fácil passar a mensagem que um clube está a tramar a vida aos miúdos!

O que eu sempre disse, na perspetiva de um clube, temos de convencer os miúdos a não sair! Se não os conseguimos convencer... paciência!!! Que sigam as suas vidas e sejam felizes!
Não vejo outra forma de viver nesta realidade dos clubes... sinceramente não vejo!
Ficam tristes por os miúdos quererem sair... pois, é compreensível. Mas a solução não é cortar as pernas aos miúdos, é esforçarem-se para que fiquem!
Não consigo ver o futebol de outra forma...