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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Agora é a altura crítica, por isso recordo aqui o que diz o regulamento sobre as transferências

Chegando a esta fase da vida dos nossos miúdos em que tudo muda, procurei no site da Federação e encontrei algumas normas que regulam as tranferências de jogadores.

Até Aos 14 anos os nossos miúdos mudavam de clube sempre que quisessem.
Era um processo simples.
Chegava ao início da época, começavam a treinar noutro clube, e se gostassem da mudança, esse novo clube fazia a inscrição, e estava feito.
O anterior clube não tinha nada a fazer. Apenas aceitar as evidências.

Com as «guerras» entre clubes que vão «sacar» miúdos a outros clubes, que investiram muito na formação desses miudos, surgiram regras estritas.

Hoje em dia, para os miúdos que nasceram a depois de Julho de 1997, ainda funciona as regras dos mais pequeninos. Agora, os que nasceram no início do ano já precisam de alguns procedimentos para mudar.

O Clube que «perde» o jogador, que quer mudar, agora tem uma palavra a dizer.

Se não quiser perder o miúdo, pode exigir algo em troca do clube que «cativou» o jogador.


Eis o que consta nos regulamentos da Federação:



CAPÍTULO 10º
TAXAS DE FORMAÇÃO POR TRANSFERÊNCIA – JOGADORES AMADORES
1.
As compensações financeiras processam-se de acordo com o “Regulamento do
Estatuto, da Inscrição e Transferência e Jogadores”, sendo aplicável a taxa que, em
função da categoria em que o jogador se inscreve, esteja incluída no quadro
correspondente à mais alta categoria e/ou competição que o Clube, para onde é
transferido o jogador, tenha.
Título 1º
Futebol de onze masculino
a) Transferência para clubes que participem em competições de natureza
profissional
Categorias Taxas
Iniciados €2.000,00
Juvenis €4.000,00
Juniores €6.000,00
Por exemplo, um jogador que saia dos Iniciados do Almada para o Sporting, o clube tem a receber 2 mil euros!

b) Transferência para clubes que participem em competições nacionais de
natureza não profissional
Categorias Taxas
Iniciados €500,00
Juvenis €1.000,00
Juniores €2.000,00
Seniores €3.000,00

Por exemplo, um jogador dos Iniciados do Almada que seja transferido para os Iniciados dos Pescadores (que estão na III Divisão Nacional) é devido o pagamento de 500 euros ao Almada.

c) Transferência para clubes que participem em competições Distritais ou
Regionais
Categorias Taxas
Iniciados €250,00
Juvenis €400,00
Juniores €500,00
Seniores €

Por exemplo, um jogador que saia dos Iniciados do Almada para o Beira-Mar de Almada (está na 1ª distrital) é devido o pagamento de 250 euros


2.
As transferências dos jogadores, com idade igual ou superior a 14 anos, só são autorizadas
se acompanhadas do pagamento da compensação devida ou de declaração de renúncia do
Clube que a ela tenha direito.



Ou seja, o que diz o Ponto 2, é que os clubes podem prescindir destes pagamentos desde que façam uma declaração de renúncia do clube ao direito á compensação.

É isto a que se chama, vulgarmente, nos clubes, «a carta».

Quando um clube quer um miúdo de outro clube, diz-se que tem de ir pedir «a carta». A dita declaração de renúncia!

Os clubes que cedem os jogadores normalmente procuram essa compensação, ou então há boas relações entre os clubes, ou eventualmente há várias trocas, «toma lá a carta deste e daquele miúdos, e dá-me a carta daquele e do outro».

São frequentes os casos em que os miúdos saem dos clubes «a mal», ou seja, em relações cortadas com o clube, e, por vingançazinha, o clube recusa dar a carta!

Quando tal acontece, o miúdo fica impedido de jogar em qualquer clube. Não pode ser inscrito sem a dita carta!

É triste quando isto acontece... mas infelizmente, é comum!

lembro-me, quando o meu filho mais velho jogava no Charneca, a dada altura, no final da primeira época de Iniciados, foram campeões distritais e houve grande assédio aos nossos miúdos por vários clubes.
lembro-me que saíram, na altura, uns 4 ou 5 jogadores para os Pescadores, que na altura estavam no Campeonato Nacional.

lembro-me de ouvir os pais de alguns miúdos dizerem que tiveram de pagar pela «carta».
Um deles, lembro-me, disse que teve de comprar 50 bolas de futebol, foi a única forma de o Charneca deixar sair o miúdo! Na prática, foi talvez uns 300 euros de transferência!

Não sei se naquela altura já existia este regulamento com esta tabela de valores. provavelmente não existia e o clube é que estabelecia o «preço» de cada miúdo!

Parece-me que a situação atual é mais justa, há valores regulamentares!


PS: A questão do nascimento depois de JUlho tem a ver simplesmente com a questão da época desportiva. As inscrições só se fazem depois de terminada a época.

julgo que há uns «truques».
Por exemplo, o meu filho fez anos em Fevereiro, se eu tivesse feito contrato com novo clube em janeiro, provavelmente conseguia fugir a essa clausula da compensação pela formação. Não sei...
falaram-me nisso, mas não sei se é bem assim...






Para além disto, há o pagamento de taxas à Federação:


CAPÍTULO 9º
QUOTAS DE TRANSFERÊNCIA
1.
As quotas de inscrição com transferência são pagas no acto de entrega da documentação
nas Associações ou na LPFP, conforme o caso.
I. Entre Clubes Nacionais
2.
As quotas aplicáveis às inscrições com transferência entre Clubes nacionais, de jogadores
masculinos ou femininos (modalidade de onze, de sete ou de futsal), são definidas de
acordo com o seu escalão etário, nos termos seguintes:
Para Clubes da Super Liga € 4 2 5 , 0 0
Para Clubes da Liga de Honra €305,00
Para Clubes da II Divisão Nacional €200,00
Para Clubes da III Divisão Nacional €105,00
Para Clubes que participem no Campeonato Nacional de Juniores “A” €105,00
Para Clubes que participem no Campeonato Nacional de Juniores “B” €37,50
Para Clubes que participem no Campeonato Nacional de Juniores “C” €37,50
Para Clubes da I Divisão Nacional de Futsal €75,00
Para Clubes da II Divisão Nacional de Futsal €60,00
Para Clubes da III Divisão Nacional de Futsal €47,50
Para Clubes Distritais ou Regionais €37,50
Para Clubes Distritais ou Regionais de Futsal €37,50
Para Clubes de Futebol Feminino €37,50




CONCLUSÃO:

O que me parece que seria saudável, perante a situação de quase «miséria» em termos financeiros que os clubes atravessam, seria um clima de boas relações entre todos os clubes.

Um Sporting, um benfica, um belenenses, acho bem que tenham de pagar os 2 mil euros para levarem os miúdos dos clubes onde foram formados. Acho muito bem mesmo, até porque basta comparar com o que ganham os profissionais... aquilo são tostões...

Agora, entre clubes como o Almada, o Charneca, o Trafaria, ou mesmo um Piedade ou um Corroios, é muito difícil aceitar que os clubes tenham dinheiro para pagar essas verbas.

E se os miúdos t~em vontade de mudar... é muito triste que um clube corte as pernas a um jogador!

Agora, é preciso haver bom senso! Já me contaram histórias de clubes que não deixam os miúdos sair, mas depois querem ir buscar miudos a outros clubes... Nessas condições, é uma vergonha!


O que seria saudável é que os clubes fizessem uma coisa semelhante ao que fazem os bancos, que são as reuniões de conciliação: Ou seja, juntavam-se todos e começavam: Almada falava e dizia: preciso de 2 cartas do piedade, 1 do Beira Mar, 3 do Corroios e deixava os papeis com os nomes dos miúdos para serem assinadas. Depois, entrava o diretor do piedade e dizia, eu preciso de 1 carta do Almada, 2 do Corroios, 1 do V. Milhaços etc etc...

No fim, trocavam entre todos!
Um clube que se sentisse lesado, que estava a ceder 10 jogadores e só recebia 3... procurava negociar com os clubes. Querem pagar algum? Ou então cedem mais alguns jogadores?

Isso era um procedimento muito saudável e justo!
Mas, obviamente, para além de tudo isto, o que deve imperar sobre tudo é o bem-estar dos miudos.
E, isto é o que eu penso, quando um miúdo se sente bem num clube, mudar para quê?
Mudar, é sempre para melhor. Mas essa decisão cabe sempre aos miúdos!
Quando os pais interferem nessa decisão... muitas vezes dá asneira!

FELICIDADES

jpf.

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