Gostaria de reiterar que nós separamos claramente a formação da competição. Naturalmente, formamos todos os jogadores com o objectivo da competição, mas nem todos estão ou chegam a estar preparados para esse desafio.
Esta relação simbiótica entre o Almada Atlético Clube e a Geração Benfica Almada está a surtir efeito, como se pretende numa relação deste tipo, mas confesso que o equilíbrio entre dar a oportunidade a muitos dos nossos atletas competirem e conseguir os melhores resultados para o clube, é de longe uma das tarefas mais difíceis que enfrentamos.
Que ninguém questione que em inúmeros jogos, sobretudo no futebol 7 (onde as substituições são volantes e ilimitadas) a nossa maior dificuldade é garantir que o maior número de atletas possam jogar o maior número de minutos sem prejudicar a qualidade do nosso jogo e sempre que possível garantindo um resultado positivo.
Sobre a divisão de atletas de 1º e 2º ano ela existe de facto, mas nada que tenha posto até aqui algum problema em termos de grupo, em termos de equipa. De facto, por razões que nos são alheias, os atletas de 96 não podem jogar na equipa B, isso acaba por beneficiar os de 97 que não sendo opção para a equipa A poderão ir jogar na equipa B, é uma regra que temos de respeitar e que é igual para todos, devo confessar que até concordo com a regra porque o efeito perverso da não aplicação da mesma, faria com que as equipas fossem gerindo as equipas A e B em função dos calendários e das classificações (as suas e as dos rivais) deturpando os resultados e classificações finais.
No ano passado também havia jogadores de 1º ano que jogavam na equipa “tirando” o lugar a atletas de 2º ano. Nada disto é estranho e incompreensível. Por outro lado, posso confessar-vos que alguns dos atletas de 96 são por vezes escolhidos precisamente pela razão de não poderem jogar na equipa B, em igualdade de circunstâncias (ou perto disso) o atleta de 97 será sempre preterido para a equipa A, na medida em que poderá jogar na equipa B.
Isto é perfeitamente compreensível para os miúdos até porque eles próprios se apercebem da justeza das opções dos técnicos. Por vezes essas dúvidas, esses problemas são trazidos involuntariamente por quem mais “quer” a todos estes miúdos. Não me canso de dizer que os nossos miúdos aprendem mais com as derrotas, com as frustrações, do que com as vitórias e com o sucesso, ninguém precisa de aprender a ganhar, aprender a ser convocado, a ser titular. Mas todos têm de ser ensinados a ser preteridos, a ser substituídos, a não entrar no jogo, a perder, a não ser convocado, e estes serão ensinamentos para a vida. Para além dos técnicos, os pais, a família assumem um papel preponderante nesta preparação…
Sobre a pacífica discussão, concordo com o JP acho que devemos falar pessoalmente sobre o tema, posso adiantar desde já que felizmente ouvi tudo e o que presenciei foi um mal entendido, não se passou nada de especial. Estas coisas acontecem, só lamento que não tenha sido dado o benefício da dúvida a uma pessoa a quem todos temos muito mais a agradecer do que a apontar. Uma pessoa que gosta tanto dos de primeiro ano, como dos de segundo aliás já foi Director de muitos deles há dois anos atrás (Luís, Galego, Ilídio, Ruben, Rui, Roberto), já por várias vezes gastou dinheiro dele para os miúdos se alimentarem depois do jogo, vai levá-los a casa (como acontece com o Ilídio depois dos treinos), etc., curiosamente foi dos que mais se esforçou para termos mais jogadores de 96, irónico, não é? Estou aqui em luta com uma amigdalite, pelo que não vos posso garantir quando falaremos pessoalmente, mas será seguramente em breve (talvez sexta-feira).
Aproveito para referir que tenho gostado de ver esta equipa jogar, ninguém tem mandado no nosso jogo, acontece que isso nem sempre nos dá vitórias, mas dá aos nossos atletas uma experiência mais rica, e o campeonato são 26 jornadas, não estamos perante uma prova de velocidade, mas sim de uma prova de resistência. Não temos tido muita sorte, esse não é um problema estrutural portanto estamos muito satisfeitos com a prestação desta equipa. Jogar como jogaram com uma equipa de campeões distritais, perderem 1-0 num lance de contra-ataque a 15 minutos do fim do jogo, foi um excelente jogo, merecíamos outro resultado, mas o importante ficou. Parabéns miúdos, continuem o bom trabalho!
Fernando Matos
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