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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A Hora da Mudança!

Artigo que me foi enviado pelo Mister Armando, do Lobato's.





Não pretende, este artigo de opinião, nem dar resposta a possíveis questões nem qualificar qualquer instituição como boa ou menos boa. Pretende, e apenas isso, dar uma opinião.
O comentário do senhor Simões, trouxe-me à ideia duas ou três questões que eu gostaria de partilhar aqui neste espaço.
Os “Franchisados”, como lhe chama e bem, são um negócio e como negócio visam a obtenção de lucro financeiro por parte daqueles que investem e pagam o respectivo “Franchising”, que atingem nalguns casos verbas próximas dos 15 a 20 mil euros e noutros, ainda, o pagamento de “royalties” por cada mensalidade recebida.
É um negócio!
Agora, como em qualquer negócio, pode haver ou não uma vertente mais “humana” principalmente quando se tratam de crianças e jovens dos 5 aos 14-15 anos. No entanto, o objectivo tem que ser o lucro, caso contrário terão que fechar as portas e abandonar o ramo.
No entanto, os “Franchisados” vieram alterar a realidade, no nosso mundo do Futebol, e não é só no Distrito de Setúbal, proliferam por todo o país, vieram trazer metodologias e técnicos (supostamente credenciados) com formação especializada e sob a orientação das instituições “mães” que qualificaram os processos de treino e o relacionamento técnico-pedagógico com as crianças e jovens.
O pagamento, nalguns casos, segundo o meu ponto de vista, “roça” o absurdo, chegam a pagar-se 51 Euros de Mensalidade + Inscrição na AF respectiva + Exame Médico + Equipamento + Bidon da Água! No entanto, só paga quem quer, e continuam a haver “clientes”.
O “deserto” verificado nalguns clubes com menos recursos, materiais, técnicos e mesmo directivos acontecem porque esses clubes não se actualizaram, continuam na “senda” da bifana e do courato e isso só não chega, apesar da sua função social. Cada vez mais os pais e encarregados de educação pretendem um trabalho qualificado para os seus filhos ou educandos nem que seja preciso pagar. Coloca-se a questão, se no clube A pago, por ex: 25 euros, e no inverno tenho lama até chegar ao local do treino, e se no clube B, pago 35 ou mesmo 45, e ainda por cima anda com uma camisola do clube que ele gosta…uma grande maioria dos pais e encarregados de educação opta pela segunda opção. É a lei da oferta e da procura.
Reparo, com tristeza, que existem clubes a desistir, a adiar sucessivamente os seus jogos e a não terem o número suficiente de atletas. Alguém me dizia, ontem, que nesta jornada não iriam jogar pois o clube adversário apenas tinha cinco meninos, mesmo que fosse uma equipa de Futsal seria “curto” tratando se Futebol de 7 mais complicado se torna.
A culpa, se é que ela existe, não será obviamente de quem qualificou, de quem investiu, de quem contratou técnicos especializado e lhes paga como tal.
A obtenção de resultados, é outras das questões, por vezes “disfarçadas” por quem dirige, mas sempre presente. É a face “oculta” do ““Franchisado”, o outro lado da moeda, o resultado desportivo TEM que aparecer, não no início do projecto, mas a partir do 2º 3º ano. Caso contrário, perderá o crédito junto da sua própria comunidade. Simples. Se a equipa A que treina no pelado, onde os atletas pagam 15 ou 20 Euros de mensalidade, e ano após ano ganham à equipa dos ““Franchisados”…se calhar não será só sorte e aqui começam a surgir os primeiros problemas e a questionar-se o projecto.
Sem dúvida, que a formação pessoal, social e desportiva poderá estar “mais” presente nesta nova realidade, mas não é tudo. Todos nós gostamos que os nossos filhos ganhem no fim-de-semana, que joguem bem, que respeitem os adversários os árbitros, mas gostamos mais quando ganham! E eles também! Se tirarmos a parte competitiva e do resultado desportivo, deixamos de ter Futebol, podermos ter algo de carácter unicamente lúdico, recreativo, etc., mas não lhe podemos chamar Futebol.
O Futebol tem competição, tem paixão, tem debate, tem controvérsia.

Armando Lopes


JPF escreve:
Excelente artigo.
Concordo inteiramente consigo!
Mas não prescindo do meu ponto de vista: As vitórias não valem tudo! 
São importantes, para todos, miúdos, projetos, clubes, treinadores, mas não valem tudo!
O problema, penso eu, é quando a ganância da vitória se sobrepõe a tudo o resto! E, infelizmente, vemos muito disso nos clubes distritais!
É que, não nos esqueçamos, falamos de miúdos.

Os profissionais, esses sim, devem ser avaliados, ganham muito dinheiro para ter sucesso!
Os miúdos estão a aprender! É claro que queremos que ganhem, é bom para eles que ganhem! 
Mas entristece-me ver miúdos a chorar quando perdem...  Alguém lhes coloca demasiada pressão em cima!
Eles deveriam ficar tristes por perder...  mas nada mais que isso. Não a esse ponto!

Eu tenho a certeza que a Escola Geração Benfica vai dar frutos, aliás já está a dar...

Não me admiraria que daqui a 2 ou 3 anos tivesse vários escalões nas competições mais elevadas, campeonatos nacionais. Pequeninos a ganharem campeonatos distritais. Não me admiraria nada!
E mesmo considerando que há um factor dissuasor, o pagamento mensal. Há miúdos que nem se aproximam do Almada porque sabem que têm de pagar mensalidade...  isto é uma desvantagem!


ABRAÇOS





4 comentários:

  1. Olá,

    Não pude deixar de ler o comentário do Sr. Armando e gostaria de deixar algumas palavras.
    Cada projecto define-se pela valia dos que o concebem e dos que o lideram, ou seja, franchisados ou não, todos os projectos são válidos desde que existam boas ideias, e valores fortes que as solidifiquem. Concordo com o Sr. Armando, quando diz que os clubes não se actualizaram e que vivem na sombra do courato e da bifana. No entanto discordo quando diz que o franchisado tem obrigação de vencer o clube da bifana.
    O futebol é muito complexo e muito simples ao mesmo tempo, muitas vezes ouvimos dizer treinadores de nomeada, que sem ovos não se fazem omeletas, e a verdade dessas palavras advém do empirismo da sua experiência. Logo, podemos ter o melhores treinadores, as melhores condições, o melhor projecto, mas se não temos talento essas vitórias obrigacionistas dos franchisados, sobre os outros, entrará nesse detalhe, não da qualidade da orientação, mas da qualidade dos intervenientes...e assim entramos noutra área, a do recrutamento, a prospecção de talentos, a procura pelo talento... ai sim, os franchisados tem a obrigação de liderar e apresentar melhores argumentos.
    No entanto, o clube que ainda recruta com maior assiduidade, embora nem sempre com qualidade, na margem sul, é um clube de couratos e bifanas, que mesmo assim, ainda se pode sentar na sombra, pois nem precisam de se mexer, devido a papás embevecidos na procura de vitórias, que oferecem os seus filhos como se de mercadoria se tratassem, pensando apenas no presente, quando qualquer pessoa da formação sabe, que nesta fase se deve olhar para o futuro...
    Formar vencendo, é o ideal, fundamenta um projecto, tornando-o sólido e de sucesso, mas reforço.
    Pode ser o melhor projecto, ter o maior emblema a fundamentá-lo, no entanto se a qualidade dos que o lideram, e acima de tudo, se os valores desses mesmos líderes não forem fortes e vincados, todo o projecto acaba, ou dilui-se, tal como já aconteceu com alguns projectos de franchisados da margem sul…

    Opiniões interessantes, e gostei bastante da intervenção do Sr. Simões, no entanto se me permite a crítica, penso que melhorar o nosso criticando os outros, será sempre o mais fácil, invistam na motivação de novos técnicos, não tenho medo de arriscar na juventude dos mesmos, façam a blindagem do seu trabalho perante pais e treinadores de bancada e organizem as equipa dentro de um processo simples e divertido, e ai todos teremos um melhor funcionamento e um melhor clube, cheio de crianças felizes e divertidas a aprender.
    Boa Tarde e mais uma vez parabéns JP, pelo blog e pela “visão”…

    Abraços

    Mister Tiago Coelho

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  2. Na continuidade do assunto exposto quero referir que, “clubes com menores recursos” não é sinónimo de falta de profissionalismo ou de brio profissional, na maioria deles, com o pouco que têm oferecem aos seus atletas a possibilidade da prática de futebol e de “crescimento” pedagógico, mesmo com o terreno de jogo enlameado e instalações precárias. É importante realçar o trabalho de muitas pessoas que com a sua “carolice” tentam proporcionar uma ocupação desportiva a crianças e jovens, nomeadamente nas zonas problemáticas do nosso concelho, onde o desporto é uma escapatória à delinquência.

    Infelizmente, tenho vindo a aperceber-me de uma situação que me deixa triste e que está a criar uma certa clivagem entre pais, nas bancadas, e até nos próprios atletas em campo, no seu epicentro está o estrato social de cada um, traduzido em rico ou pobre, conforme o clube seja ou não franchisado e os pais possam ou não pagar uma mensalidade mais elevada. Repetidamente, vejo o comentário, a um lance de jogo, terminar em disputa de condição social, isto preocupa-me pelas crianças e pelo direito à igualdade, não só no desporto mas na vida em geral.

    Sobre a necessidade de completamento de planteis, em alguns clubes, tive conhecimento que no Vale Milhaços ainda há vagas para atletas, nos vários escalões do futebol 7, talvez seja uma boa oportunidade para quem queira jogar com alguma regularidade, ou para quem queira passar da recreação para a competição.

    Simões
    (Charneca da Caparica)

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  3. Boa Noite, não queria deixar de dar a minha opinião, porque se fala aqui do clube do courato e do franchisado e como este ano pertenço ao primeiro com muito orgulho e ja comi umas belas bifanas (Corroios) e pertenci ao clube fransichado (Almada) tenho que concordar com o <mister Armando de que o Almada tem obrigação de ganhar visto que recebe dinheiro pelos atletas, dizem que são os melhores e tem os melhores tecnicos de formação do mundo, ora obviamente que tem obrigação de ganhar enquanto que o clube da bifana como o Corroios com fracas posses porque os miudos partir dos iniciados não pagam, mas tem o mais importante para mim, organização, disciplina, não há vedetas e os tecnicos além de capazes não tem vaidade nem se gabam. E os factos são foram campeões distritais de infantis B e este ano preparam-se para ser campeões de infantis A e nos restantes escalões estão muito mais a frente que o clube francisahdo, Convém salientar que os iniciados, juvenis e juniores treinam sempre no relvado, parece-me que no Almada acontece o contrário. O que os miudos procuram são condições de treino, competencia e organização, onde todos são tratados de igual forma, não ha favoritos, e os pais dos miudos não precisam de oferecer os sues filhos,mercadoria é uma palavra pesada, pois no Corroios não é concerteza porque os pais não pagam nem recebem ao contrário no Almada pagam para jogar embora para mim nem todos pagam. Penso que existe alguma dor de cotovelo quando o Almada fala do <Corroios pois o que existe neste clube é competencia, organização, disciplina e humildade, No que respeita ao meu miudo ele foi convidado por um tecnico do <corroios para ser observado e ficou, ninguem fez favor a ninguém pois mais ou menos vinte miudos não ficaram e onde estes estão no Almada não me parece. Abraços e nunca nauseas por ganhar, mas sim competir para ganhar de forma correcta.

    Pai do Ricardinho

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  4. Caro pai do Ricardinho,

    Lamento se o meu comentário o afectou, não era minha intenção fazê-lo, nem o meu comentário apontava no seu sentido ou de outros que saíram este ano, nós aqui adoramos o Ricardinho, e jamais viríamos para o blog critica-lo ou até mesmo a si, não esquecemos as pessoas que trabalharam connosco e muito menos os atletas que por aqui passaram. São sempre bem-vindos e desejo-vos as maiores das sortes.
    Não quis, nem estava a entrar em comparações com o clube, pois respeito essa instituição e reconheço o bom trabalho que fizeram. e repito, o meu comentário não apontava nesse sentido.
    No que diz respeito ás suas críticas, nem sempre condições de trabalho vêm associadas à qualidade de trabalho... não conheço o trabalho que se faz nos outros clubes, e acredito plenamente que também possa ter qualidade, mas sinceramente não me interessa.
    Quanto ao pagar, daqui a alguns anos falamos, e veremos quem estava certo.
    Temos também uma missão social, que é fortemente desenvolvida por nós, albergando diversos meninos da Santa Casa da Misericórdia de Almada.
    Vaidade dos treinadores, não deve ser confundida com competência e confiança.
    Organização, competência e humildade, acredito plenamente que a temos, e obrigado por mais uma vez a salientar.
    No que diz respeito ao ganhar, acredito que formar vencendo é o caminho, competir para ganhar é o óbvio, até os meus alunos de 3 anos quando entram numa competição, sem saberem ou racionalizarem, entram para ganhar.
    Agora, a que custo???... Sob que tipo de orientação???
    Preferimos formar vencedores, do que competir para ganhar.
    Mas o mais importante são os amigos e as amizades, o defender de um clube, a união que se exige entre as partes, para que isso aconteça, a coesão de um grupo forte e sólido, adoro sentir isso no nosso dia a dia aqui no Almada...
    Temos dezenas de meninos do Fut7 com Benfica, Sporting e Belenenses a ligarem, no entanto eles dizem, mister tenho a minha formação aqui, os meus amigos aqui e acima de tudo, sei que aprendo aqui, e sei que amanha vou ser melhor... não posso andar a saltar de clube em clube, pois assim nem aprendo, e acima de tudo, nem amizades eu faço... arrepia ouvir um miúdo de 10/11 anos dizer isto sobre aquilo que sente...
    Grande abraço

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