16:00
Caixa Campus, no Seixal
Uma tarde de sol, uma leve brisa.
Jogo-treino combinado pela equipa técnica do Almada, já que até terminar a época o Almada vai ter todos os fins-de-semana jogos amigáveis, uma vez que não foi inscrita a equipa no Complementar.
Equipa do Benfica é de Infantis (dizem-me que tinham uns 5 miúdos que eram até Infantis «B», de 1999.
Ou seja, é preciso deixar claro que não jogámos com miúdos da mesma idade dos nossos. Almada (miúdos de 1997), Benfica (miúdos de 1998).
Ora, jogou-se no sintético Norte, 3 partes de 30 minutos.
Desde logo, gostava de assinalar que aquele recinto não foi obviamente pensado para ter pessoas a observar, se assim fosse não teria redes de arame à frente. O que obriga grande parte das pessoas a irem para a encosta, onde já é possível espreitar por entre as grades, apesar de tudo sempre é melhor...
Em jeito de comentarista desportivo, diria que o Almada foi o Real Madrid e o Benfica foi o Barcelona. O Benfica, não obstante jogar com miúdos de um escalão abaixo, teve muito mais posse de bola e mostrou um futebol muito mais completo, sempre de pé para pé, excelente em termos táticos. Vimos ali momentos de futebol muito bonitos, os miúdos tinham um rigor tático, uma capacidade de trocar a bola com a equipa em constante movimento que impressiona.
Já o Almada não fez dos seus melhores jogos. O adversário também não deixou. Foi mais difícil fazer o nosso jogo habitual, mas beneficiámos de maior capacidade física de alguns jogadores. Fizemos golos em contra-ataque, e conseguimos evitar sofrer golos através de um grande esforço defensivo (alguns médios estiveram demasiado recuados para conseguir conter o ímpeto ofensivo do Benfica).
Podíamos até ter feito mais golos.
Houve uma entrada do Iuri à direita que ofereceu o golo ao Gonçalo mesmo em cima da linha, mas inacreditavelmente o remate saiu por cima da barra... acontece!
Houve ainda mais uma entrada do Iuri à direita, estava mesmo em cima da baliza, mas sem ângulo nenhum, tinha o André Horta bem posicionado para marcar mas desta vez optou por tentar ele o golo... mas obviamente quando não se tem ângulo, a bola não entra, foi um golo desperdiçado... O Marcos ainda atirou uma bola à barra.
Do lado do Benfica houve excelentes jogadas, mas o Gonçalo (na 1ª parte) defendeu tudo o que havia para defender. Excelente exibição. Sofreu apenas o golo de penalti.
Ganhar ao Benfica foi, claro, muito motivante para os miúdos. É verdade que eram de um escalão abaixo... mas é mesmo assim um feito. Não esqueçamos que aqueles miúdos, apesar de mais novos, são dos melhores jogadores da sua idade de todo o País, resultam dos esforços de captação da formação Benfica.
Foi importante também ter-se rodado todos os miúdos do plantel. Não se caiu naquela tentação (que é natural...) de se tentar segurar o resultado que nos é favorável e evitar retirar do campo os jogadores mais fortes. Aqui não aconteceu, e ainda bem. Veja-se que no intervalo para a 3ª parte já estavam a tomar banho jogadores como o Gonçalo, o Iuri, o Didi ou o Varandas... E bem, a meu ver!
Todos gostamos de ganhar, mas, afinal, não passa de um jogo-treino!
Assim como o técnico do Benfica que também rodou todos os miúdos e notou-se que no final a equipa de vermelho era menos forte.
NOSSO PLANTEL - ALMADA
Guarda-redes:
Henrique
Tiago
Gonçalo
Defesas:
André figueiredo
Rafa
Marcos
Didi
Zé
Médios:
Ezequiel
Mário
Leo
Gonçalo
Freixo
Filipe
Extremos/Avançados:
Varandas
André Horta
Iuri
Hernâni
Garcia
Virginaldo
GOLOS:
Gonçalo
Marcos
Gonçalo
Hernâni
NOTAS: AS GRANDES DIFERENÇAS:
A grande diferença entre as duas equipas que ali se confrontaram foi, na minha modesta opinião, o sentido de equipa e de disciplina.
Não sei se repararam (mas vão reparar que eu tenho as fotos e vídeos) todos os jogadores do Benfica apresentavam-se impecavelmente, camisolinha metida para dentro dos calções, meia puxada para cima. Ali não havia manias de modas, meias para baixo, calções a caírem a verem-se as cuecas, camisolas para baixo... nada! Há ali disciplina. Regras para cumprir.
Ouviram algum miúdo refilar com um colega? nem pensar. Viram algum miúdo amuar? Nada.
Viram algum miúdo discutir com colega porque não lhe passou a bola? Viram sequer um gesto de desagrado por uma bola que não lhe chegou aos pés? Nadinha... O que se viu ali foi um sentido de grupo absolutamente fabuloso, um respeito enorme por todos os colegas, uma disciplina impressionante. Um sentido tático também notável, a forma como trocavam de posições, sem precisar de gritos em campo. Basta um olhar, e esboçar uma corrida para o jogador que tem a bola perceber que tem de a meter no espaço à frente. Fantástico.
A este nível, e vocês sabem que eu adoro os nossos miúdos, mas temos de reconhecer, a este nível estamos a anos-luz... Não só acontece como até é frequente vermos nos treinos miúdos a amuarem, a fazerem birras, a chatearem-se com colegas, a gritarem e refilarem porque alguém não lhes passou a bola...
Repararam como aconteceu no penalti, ou nos livres? Pois, não foi preciso ver ninguém a gritar para o Mister: «Mister, mister, posso ser eu, posso marcar?»
Pois, não é preciso. Já todos sabem quem marca os penaltis, quem marca os livres se forem à esquerda, se forem à direita, se forem longe, se forem perto...
A este nível, dizia eu, temos muito ainda para evoluir.
Eu espero que os miúdos tenham a inteligência suficiente de aprender com estas experiências. Se há miudos que sonham um dia poderem vir a ser jogadores de futebol (todos sabemos que é um sonho quase impossível... mas quem somos nós para dizer a alguém que não sonhe... Como dizia o outro, «O sonho comanda a vida») ao menos que aprendam quando estão com os melhores.
Aprendam com o que viram hoje! Aqueles miúdos com quem jogaram são mais novos, alguns mais fracos físicamente (atenção que havia ali uma meia-dúzia de miúdos de 1999, ou seja, com menos 2 anos que vocês) mas mostraram um futebol fantástico. E isso não é resultado de um acaso, há ali muito trabalho. Muito trabalho mesmo. Não é por acaso que aqueles jovens têm aquela atitude. Comportam-se assim, porque é assim que se fazem as grandes equipas. Muito espírito de grupo, muito respeito pelo colega, muita disciplina... E, voltando ao «sonho», percebam que só conseguem atingir o topo, onde estão os melhores, quem tenha capacidades técnica, é verdade, mas precisa de ter muitas qualidades humanas. E a disciplina, o respeito pelo outro, o sentido de grupo, são características fundamentais...
Alguém tem dúvida que cada um daqueles 20 miúdos tem a capacidade de vos enfrentar, em 1 contra 1, sem perder a bola? Que cada um deles tem capacidade de drible excelente? Pois, mas viram-nos a fazer isso com frequência? Não! Quando é mais fácil chegar à área adversária passando a um colega, passa-se a um colega. Só se finta, quando é altura de fintar! E esta capacidade de decisão faz a diferença entre os grandes jogadores e os jogadores banais.
É bom jogar com os bons, para aprendermos com eles.
E o jogo de hoje foi uma boa lição de futebol!
PARABÈNS MIÚDOS!
Boa vitória
Mais uma excelente experiência para o vosso currículo!
EIS ALGUMAS IMAGENS DESTA EQUIPA DO BENFICA, do torneio da Pontinha, foi há 3 semanas:
Há 3 semanas venceu o Real Madrid, por 2-0 no Torneio Internacional da Pontinha:
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