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sábado, 18 de setembro de 2010

O Grande Desafio (saber usar o corpo)

Todos nós temos reparado, nos 3 jogos-treino já realizados, que há um aspeto em que os nossos miúdos estão muito atrasados em relação aos nossos adversários: saber usar o corpo.

Todos conhecemos bem este plantel, temos muita qualidade, temos bom futebol, temos muito potencial.

Mas a passagem do futebl 7 para o futebol 11 implica grandes alterações. É tudo diferente!
Apesar de o campo ser maior, parece que há menos espaço, é mais difícil jogar com a bola no chão, parece que os jogadores se amontoam, há uma deficiente ocupação do espaço.

Para os jogadores mais tecnicistas, aquilo que precisam é ter a bola nos pés, mas até isso é mais difícil. O adversário não dá espaço. O adversário joga com o corpo, empurra, dá encontrões, mete carga do ombro, mete muita pressão em cima.

E os nossos miúdos não estavam habituados.

Do que tenho visto, há muita dificuldade em ultrapassar as novas dificuldades. Assim que um jogador passa a bola a outro, está logo um jogador em cima, a incomodar, a empurrar, a meter o braço, a meter o pé... é tudo mais difícil.

A maior parte das vezes a solução seria receber a bola ao primeiro toque, os jogadores sempre em movimento, «toma lá e devolve, que já te dou à frente»... assim torna-se fácil subir no terreno. tentar parar a bola quando se tem dois jogadores em cima, torna-se impossível... o desarme acontece, uma jogada desperdiçada...


Os jogadores que temos de 2.º ano, que infelizmente são poucos, já estão habituados a esta agressividade, sabem quando podem dominar a bola e subir no terreno e quando têm mesmo é que despachar a bola dali... sabem incomodar o adversário, impedir que ele receba a bola em condições... sem fazer falta, incomodar... um encontrãozito, uma carta de ombro, uns toques ligeiros nas pernas... há que pressionar muito.

Quem não o souber fazer, estará sempre em desvantagem.

No jogo-treino da Amora isso foi muito evidente. Na primeira parte quase não conseguimos fazer uma jogada com princípio meio e fim...

Ao longo do jogo alguns miúdos foram aprendendo a lidar com o problema. Já no final comecei a ver jogadores dos nossos a meterem o adversário no chão só com uma carga de ombro...

Começámos a fazer pontualmente aquilo que foi uma constante no jogo todo pelo lado do Amora... a maior parte das vezes até em falta... com puxões de camisola e empurrões com o braço....  e o senhor árbitro a deixar, vergonhosamente, seguir... quase estragou um jogo de brincadeira tão mal que apitou!


Nas próximas semanas os nossos miúdos vão ter de aprender a jogar com agressividade.

Não devemos jogar de forma faltosa, como vejo tantos a jogar, meter agressividade, mas dentro das regras.  Carga de ombro, pressão, muita pressão, impedir que o adversário domine a bola!

Acho que nesta matéria, a grande maioria dos nossos miúdos estão a «zero»... Eles não sabem sequer marcar o adversário.

Vi na Amora miúdos a marcarem adversários a 3, 4 metros de distância do adversário. O que é o mesmo que dizer, deixa-o lá receber a bola e só depois é que vejo o que vou fazer! Quando se toma a decisão já é tarde!

Tem de ser em cima. Apostar tudo na antecipação. Não o deixar sequer receber a bola.

Acho que é fácil perceber: É fazer apenas aquilo que as equipas com quem jogaram fazem.
Repararam que com o Benfica quase nem conseguiam receber a bola? pois não. Os do Benfica antecipavam-se...

Simples não é?

Os nossos miúdos vão ter de perceber que já não são escolinhas, já não são infantis... agora é a doer!  Quem se amedrontar... é melhor nem entrar em campo! Não vai tocar na bola...

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